Lagar sub-urbano

O facto de eu ter crescido em Odivelas e um dos meus padrinhos ser de Rio Tinto, faz com que muitas vezes nos digladiemos, na defesa do nosso Burgo sub-urbano.
Depois da “dupla patada” que é uma Loja do Cidadão e um Holmes Place, achei que argumentação seria arrumada e Odivelas era a óbvia vencedora de Melhor Subúrbio de Sempre.
Infelizmente e, quero já assumir que isto não tem volta e eu desisto, Rio Tinto tinha um trunfo de peso. Nomes! Sim, nomes! São os nomes que tornam ilustres as terras! Isto é óbvio. Setúbal é uma terra ilustre por ser de lá o Toy! Ou achavam que era por terem um centro de saúde moderno com computadores com o Windows 98 instalado?

É assim que Rio Tinto derrota Odivelas e me deixa de braços caídos, atropelado pela avassaladora torrente de individualidades “Rio Tintenses” . Tal é a concentração de nomes que eu acho que Rio Tinto será a cidade com mais talento (ou lá o que é que isso quer dizer) por metro quadrado. A chamada “densidade talentosa”!

Começando pelos Broa de Mel, esse duo grande rival da Valentina Torres e do Armando Gama. Dentro do género mas só com metade do talento temos a Lenita Gentil . Subindo um pouco mais a fasquia e entrando num domínio mais coiso, temos José e Ana Malhoa. Como percebem aqui a coisa pia mais fininho e rapidamente os nomes de Nelson Évora e Jel, 2 Odivelenses de renome são facilmente abafados. Não saindo dos talentos musicais mais populares no estrangeiro, temos o Slimmy, esse artista de música moderna e estilo azeiteiro! Ainda sem sair dos palcos nacionais, temos o Fernando Rocha, o homem que rivaliza com Tomás Taveira na eternização do “bujon”.
Mas aquela que na minha opinião é a estrela maior de Rio Tinto, aquela que faria eventualmente edificar um Shopping entre o Café Central e o cabeleireiro da Bianca, chama-se Isméria de Jesus!
Para os incultos que não conhecem tão proeminente figura do panorama nacional, posso vos dizer que Isméria tem uma história de vida bem bonita.
Era Isméria de Jesus morena e cantoneira da Câmara Municipal de Gondomar, quando Nuno ficou de rastos com o olhar de IJ (só para abreviar porque escrever Isméria de Jesus muitas vezes está-me a dar vertigens). O olhar de IJ é profundo e consegue ler as duas páginas de um Expresso em simultâneo.
Depois de Nuno crescer, ter começado a usar “bandelete” e cabelo à “foda-se”, rumou a Florença e foi lá que IJ proferiu aquela que é ainda hoje conhecida como a melhor declaração da mulher de um jogador de futebol, não me estou aqui a esquecer de quando a mulher de António Veloso afirmou “O meu marido tem amanteS!”.Isméria de Jesus, respondeu a um jornalista que lhe perguntou se gostava de Florença, o seguinte: “ Não gosto muito, não tem coisas bonitas para ver, como o Colombo por exemplo!”
Já depois de ter espalhado o charme pelo Cacém de Itália e já com a carteira profissional a dizer “Mulher de Futebolista”, IJ chegou a Portugal para deixar a sua marca na tromba de uma colega de profissão, a ex de João Pinto, Carla Baía. Dizem as más línguas que na altura Carla Baía, ainda não achava tanta piada aos namorados da filha e ornamentou de precioso marfim a oxigenada cabeça de IJ.
Quando algumas vezes nos exibimos a dizer que jantámos ao lado de uma ou outra figura pública, ou que falámos uma ou outra vez com aquela ou a outra vedeta televisiva, ou que temos esta ou aquela apresentadora no nosso Facebook ou até que vimos despida a mulher deste ou daquele vizinho da frente que até é fadista, devemos é pensar se nos podemos orgulhar de ter quase 1 talento por metro quadrado da cidade onde vivemos.
Com a última capa da Playboy Portugal protagonizada por mais uma Tintona famosa, temos Rio Tinto a entrar também no roteiro de cidades com gajas conhecidas pelos mecânicos de todo o país.
Eu não posso deixar de lançar o desafio aos produtores da Playboy para considerarem uma produção com Isméria de Jesus.Qual é o homem que não tem uma super-irrigação da zona escrótica ao imaginar Isméria de Jesus, loira, com 2 cm de raiz bem escura, agarrada a um carrinho de cantoneira com um transístor preso com elásticos de lado e sintonizado na Renascença.

Como diz Cardoso de Pégoras “podes tirar um homem de Rio Tinto, mas não podes tirar Rio Tinto de um homem!”.

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